Quanta inspiração seria necessária pra escrever a mais bela
poesia
Que dissesse o que nunca foi dito e representasse o que
sempre foi tentado falar
Quantas drogas necessitaríamos pra alcançar o ápice de nossa
percepção
Estes dias me pergunto coisas que não são perguntáveis e são
irrespondíveis
Estes dias me limito a pesadelos e gritos noturnos,
estes dias me limito
a enfatizar a vontade de flutuar,
da abdução que deveria me ser prometida, do riso leve e da
alegria no meio de tanta confusão
Que algumas palavras ainda fizessem sentido,
achando escritas antigas que parecem
Que “deram pena de serem escritas”,
as promessas esquecidas
e no meio da noite sonhos, que dividem espaço com pesadelos,
que por sorte são exceções na noite
entre a estória e a história caminhamos pra incerteza dos
dias sonhados,
não os prometidos, mas os que seguem o curso de nossas
escolhas e desejos.